Setembro Verde alerta para a prevenção do câncer colorretal

O câncer colorretal, também chamado de câncer de intestino, acomete a porção final do intestino: o intestino grosso, reto e o ânus

De acordo com informações divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer que mais mata pessoas no mundo. Esse tipo de câncer possui desenvolvimento gradual por uma alteração nas células que começam a crescer de forma desordenada sem apresentar qualquer sintoma. Por esse motivo, a detecção precoce é fundamental. Quanto mais cedo é diagnosticado, maiores são as chances de cura da doença.

No Brasil, são 34.280 novos casos a cada ano. É o segundo tipo de câncer que mais acomete as mulheres, são cerca de 17.620 casos anualmente, e o terceiro mais frequente no homem, sendo em torno 16.660 ocorrências diagnosticadas.

O Rio Grande do Sul, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o estado com a maior taxa de mortalidade entre as mulheres. No Estado, as mortes são de 1,5 a cada 10.000 mulheres, ou seja, 838 mortes por ano em números absolutos.

Entre os principais sintomas que podem ser observados estão: sangue nas fezes, diarreia e constipação persistentes, anemia, perda de peso, fraqueza e dores abdominais.

No estágio inicial, a doença pode ser assintomática. Na fase avançada, pode atingir ossos, fígado e pulmão. Mas para determinar quando uma pessoa deve começar a fazer os exames de rastreamento e quais serão indicados é preciso avaliar o risco que ela tem de desenvolver a doença. A colonoscopia é um dos exames que faz o rastreamento, pois detecta lesões e permite a retirada de pólipos se forem encontrados.

Para prevenção do câncer colorretal é importante evitar os fatores de risco que aumentam as chances de desenvolver a doença. Para que isso aconteça, muitas vezes, é necessário modificar nossos hábitos. Excesso de peso ou obesidade aumenta o risco de câncer colorretal em homens e mulheres. Gordura na barriga também está associado a este tipo de câncer. Manter um peso saudável e evitar o aumento de peso pode ajudar a diminuir o risco da doença. A prática da atividade física contribui para reduzir o risco de câncer colorretal e pólipos. A atividade regular moderada reduz o risco, mas a atividade vigorosa pode ter um benefício ainda maior. Aumentar a intensidade e a quantidade da atividade física pode ajudar a reduzir o risco. Em geral, as dietas ricas em vegetais, frutas e grãos integrais, com pouca carne vermelha ou processada, estão associadas a um menor risco deste tipo de câncer. Limitar o consumo de carnes vermelhas e processadas e ingerir maiores quantidades de vegetais e frutas pode ajudar a diminuir o risco da doença. O hábito de fumar está associado a um risco maior de câncer colorretal, bem como de outros tipos de câncer e outros problemas de saúde. Existem os fatores de risco modificáveis, com suspensão tabagismo e dieta rica em fibras e os nãos-modificáveis como idade e histórico familiar. Os fatores de risco podem influenciar o desenvolvimento do câncer, mas a maioria não causa diretamente a doença. Ter um fator de risco ou mesmo vários, não significa que você vai ter a doença. Muitas pessoas com câncer colorretal não tem fator de risco conhecido. O alcoolismo, idade acima de 45 anos, histórico pessoal de pólipos ou câncer colorretal, histórico familiar de câncer colorretal e síndromes hereditárias também estão entre os fatores de risco.

O tratamento depende do estágio da doença e da localização do tumor. As lesões iniciais podem ser removidas por colonoscopia. Os tumores são tratados por cirurgia, aberta ou videolaparoscópica e quando necessário os tratamentos são complementados com quimioterapia e radioterapia, dependendo do estadiamento.

A colonoscopia é um exame realizado por um aparelho de fibra ótica, longo (180 cm) e flexível que é introduzido através do ânus e permite a visualização completa do reto e do cólon. Essa visualização ocorre através de uma câmera inserida na extremidade do colonoscópio, cuja imagem é enviada para um monitor, permitindo assim, a análise simultânea do interior do cólon. O equipamento também permite a inserção de outros instrumentos especiais para a remoção de possíveis pólipos ou biópsias. O exame é feito sob sedação e analgesia e permite que o médico examine detalhadamente o cólon. Os riscos do exame estão vinculados ao sangramento depois da retirada de pólipos, biópsias e perfuração intestinal.

 

Ornella Cassol – Médica Coloproctologista

CRM 35637 - Membro do corpo Clínico do Hospital de Clínica de Passo Fundo e Hospital Cristo Redentor de Marau | Membro do Grupo Cirúrgico do Pólus Centro Clínico | Professora do curso de Medicina da IMED