Prisão de ventre, o que fazer?

Constipação intestinal, intestino preso ou prisão de ventre. Certamente já ouviu falar nesses termos, não é mesmo? Essas são algumas das maneiras utilizadas quando nos referimos ao ritmo intestinal.  Constipação intestinal, ocorre de maneira mais frequente em idosos e mulheres, é definida como uma alteração no funcionamento do intestino com duração mínima de 3 meses em que o paciente poderá ter uma frequência evacuatória menor que 3 evacuações por semana com alteração no ato de evacuar e na qualidade das fezes, ou seja, pode apresentar fezes ressecadas com muita dificuldade para expelir.

Fatores físicos, emocionais e culturais combinados ajudam a agravar as condições de manutenção da saúde intestinal. Entre as causas podemos destacar o baixo consumo de água, fibras e a falta de atividade física.  A constipação se torna um problema que necessita do auxílio ou de uma investigação médica quando a pessoa apresenta mudança brusca no ritmo intestinal sem que tenha realizado nenhuma mudança no hábito alimentar ou que esteja usando algum tipo de medicamento, pois medicamentos alteram o funcionamento intestinal. A constipação não é definida necessariamente pelo número de vezes que você vai ao banheiro, uma vez que duração normal de tempo entre as evacuações varia muito de pessoa para pessoa. Você pode ir ao banheiro a cada dois ou três dias, por exemplo, mas se a evacuação não é desconfortável, você não está com prisão de ventre. Algumas pessoas podem inclusive ir ao banheiro todos os dias, mas sofrerem de constipação justamente pela dificuldade ao evacuar ou pela sensação de não ter evacuado o suficiente.

O bom funcionamento intestinal depende de três elementos: São eles: a ingestão de água, o consumo de fibras e a prática de atividade física. A regularidade da atividade intestinal só é adequada quando estes três fatores são atendidos. As fibras auxiliam na formação do bolo fecal e, em parceria com a quantidade de água ingerida e a atividade física, são responsáveis por estimular a atividade muscular intestinal. A forte tendência de consumo de alimentos industrializados pode agravar ou prejudicar o consumo diário de fibras. Os alimentos industrializados são, em sua grande maioria, processados. O processamento acaba retirando alguns nutrientes do alimento, sendo as fibras, um deles. Observe a rotulagem nutricional que especifica a quantidade de fibras disponível nos alimentos selecionados para o seu consumo.

As frutas, os legumes e as verduras (por exemplo, mamão, laranja, ameixa, manga, folhas em geral) são alimentos in natura e ótimas fontes de fibras e micronutrientes, além de ter baixa densidade energética. Os cereais integrais como arroz integral, pão integral, centeio, aveia, sementes de linhaça, farelo de aveia e trigo, dentre outros, também são ótimas alternativas para aumentar a quantidade de fibras ingeridas.

 

Ornella Cassol – Médica Coloproctologista

CRM 35637

Membro do corpo Clínico do Hospital de Clínicas de Passo Fundo e Hospital Cristo Redentor de Marau

Membro do Grupo Cirúrgico do Pólus Centro Clínico

Professora do curso de Medicina da IMED